“...Eis
que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá
diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se
anda na minha lei ou não.” Êxodo 16.4
O
capítulo 16 de Êxodo descreve a provisão de Deus sobre o povo de
Israel durante a travessia do deserto. A partida para alcançar a
terra prometida é marcada por grandes milagres de Deus.
Na
verdade, a saída do Egito é um milagre por si só. Quando Deus
manifesta todos os sinais por meio das dez pragas derramadas sobre os
egipícios, os milagres se iniciam com o objetivo de revelar aos
filhos de Israel que os deuses egipícios nada eram; Deus estava
subjugando os deuses egipícios diante do seu poder e sua glória.
Assim, Ele queria dizer aos filhos de Israel que poderiam confiar
nEle, que Ele é Deus acima de todos os outros deuses. Nada, ninguém
poderia atingí-los, porque o Senhor dos Exércitos decidiu livrá-los
e batalhar por eles.
É
interessante observar que a cada sinal de Deus, a cada milagre que
Deus realizava, ao invés de crescerem na fé, os israelitas
aumentavam em incredulidade. Ao invés de se aproximarem de Deus,
crescendo no seu relacionamento com Ele, eles cresciam em murmuração
e provocação.
Deus
já havia derrotado, quebrado totalmente o Egito que oprimia os
filhos de Israel: Deus dizimou a terra do Egito. A provisão do Egito
se esgotou por meio das dez pragas; Deus tocou a vida dos egipícios;
Deus fez com que uma nação imponente se dobrasse diante de um grupo
de escravos sem esperança, levando os egipícios a entregar as
riquezas que possuiam em suas mãos. Deus já havia lhes dado água
doce no deserto, saciando sua sede.
Até chegar em Êxodo 16, o tanto de milagres que Deus havia
realizado era imenso, mas ainda não o suficiente para confiarem
totalmente em Deus. O coração obstinado é assim. Não importa o
que Deus faça, mas nunca será o suficiente para crer totalmente em
Deus. Assim, uma vez mais, o povo reagiu com murmuração. Observe
que eles não questionaram a Deus, eles questionam Moisés e Arão.
Reclamam com Moisés porque ele, Moisés, os tirou do Egito para
fazê-los morrer de fome. O que os leva a essa reclamação? Esse
povo amava mais a vida de qualquer forma, do que uma vida de
excelência, de dignidade. Eles não compreendiam o valor de ser
livre. Haviam sido escravos toda a vida, lutando por sobreviver um
dia após o outro e isso era tudo. Uma vida livre é uma vida baseada
em princípios: princípios de honestidade, dignidade, amor,
fraternidade. Quando menosprezaram a sua liberdade, estavam
menosprezando esse tipo de vida: vida com princípios. Por outro
lado, a razão da murmuração contra Moisés e Arão é que os
israelitas ainda não haviam aceitado que a saída do Egito era uma
obra de Deus, era resposta de Deus ao seu clamor. Eles ainda achavam
que era uma obra do homem chamado Moisés, que havia conseguido
aquilo só porque foi adotado pela filha de Faraó.
Deus
não deixou Moisés na mão. Ao contrário, Deus reagiu àquela
afronta contra o seu servo Moisés, que o obedeceu. Quando caminhamos
em obediência a Deus, as afrontas que nos são feitas, na verdade,
não são contra nós. Essas ofensas são contra o próprio Deus. E
Ele se encarrega de trazer a solução e falar por nós. Note: não
está registrado que Moisés foi até Deus e contou tudo o que o povo
estava fazendo. Moisés não disse para Deus: “Olha só, Deus, esse
povo ai, que o Senhor me mandou tirar do Egito, como é ingrato;
olha o que eles estão fazendo comigo...” Moisés não vai chorar
para Deus suas mágoas, seus ressentimentos contra aqueles sobre quem
o próprio Deus lhe havia dado responsabilidade de conduzir até à
terra prometida. Ele não se fez de vítima diante de Deus. Moisés
apenas ouviu tudo o que o povo dizia, mas a resposta à afronta veio
de Deus.
Como
resposta, Deus disse que iria fazer chover pão do céu para saciar a
fome dos filhos de Israel, para colocar à prova o seu coração,
para saber se eles seguiriam a sua lei ou não, caminhando em
obediência. Sempre pensamos que nosso coração é provado pela
escassez, pela necessidade, pelos apertos e problemas que passamos no
dia a dia. Esse é um grande engano. A verdadeira prova do nosso
coração vem quando Deus está agindo por nós de forma muito clara,
seus milagres estão acontecendo em nossa vida, mas continuamos
insensíveis a Ele. Continuamos no caminho da incredulidade e
desobediência. Esse foi o caminho seguido pela geração de
israelitas que saiu do Egito e, portanto, pereceu no deserto, sem
alcançar a promessa de entrar em Canaã.
Deus
prova nosso coração pela provisão que nos dá dia após dia. O
povo foi provado na sua capacidade de crer em Deus. Deus falou que, a
cada dia, iria mandar maná do céu para saciar sua fome. Mas, haviam
pessoas que não creram nisso, não creram que o Deus que dá a
provisão hoje, é o mesmo que dará a provisão amanhã. A reação
do povo foi: “ Deus tá dando maná hoje, mas e se amanhã Ele
falhar?” Recolher mais do que precisava para o dia, pensando em
guardar para amanhã, era uma atitude totalmente desprovida de fé e
gratidão. Ingratidão e incredulidade são duas coisas que caminham
juntas. Os incrédulos são sempre ingratos, nunca estão
satisfeitos. Deus pode mover céus e terra em seu favor, mas
continuam em desobediência e murmuração.
Aquele que
decidiu caminhar por fé, reconhece os menores gestos como um ato do
amor de Deus. E, a cada pequeno feito, cresce em relacionamento com
Ele. Tem um coração agradecido, sabendo que todos os benefícios
recebidos vêm do Pai. Essa pessoa escolhe o caminho da obediência,
porque confia no Pai, confia nas suas orientações, sabe que o Deus
da provisão de hoje cuidará da provisão de amanhã.
Hoje
é 30 de março de 2012. Não conseguia dormir, me levantei de
madrugada porque o Pai queria me dizer o que está escrito acima. Meu desejo é ter um coração agradecido dia a dia, crescendo em comunhão com Ele, independente do que Ele fará por mim, mas por tudo que Ele é e já fez por mim.
amei!
ResponderExcluirResposta de Deus para minhas orações, para uma pregação que farei amanhã
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