Texto: Lucas 15.1,2,8-10
Em Lucas, capítulo 15,
Jesus conta 3 histórias, todas falando sobre coisas perdidas e
novamente encontradas.
O
que levou Jesus a contar essas histórias?
- O público de Jesus:
Fariseus:vem
da palavra, que significa “separar, afastar”, assim quer dizer,
grupo dos separados, verdadeiro povo de Deus. Seguidores do Judaísmo,
obedecendo à Torá, lei dada por Moisés, foram responsáveis pelo
surgimento das sinagogas. Porém, em adição à Lei escrita, criaram
a Lei Oral (também chamada por Jesus como “tradição dos
anciãos”.
Escribas: eram os mestres e
doutores, especializados na interpretação e ensino da Lei ou Torá,
muitos deles seguiam a corrente dos fariseus.
Publicanos: cobradores de
impostos, sendo judeus, trabalhavam a serviço do Império Romano.
Usavam o seu trabalho como forma de enriquecer, cobrando impostos
além do que era estipulado pelo Império. Isso revela que eram
totalmente desprovidos de patriotismo, e de sentimento pelo povo seu
próprio povo que em muito, já era muito explorado. Eram ladrões e
corruptos.
Pecadores: eram considerados
como pecadores pelos fariseus, além dos praticantes de imoralidade,
todos os demais que não seguiam a Lei Oral, criada por eles mesmos e
suas tradições.
Os fariseus e escribas
criticavam Jesus por comer junto com essas pessoas. As refeições em
conjunto não era algo corriqueiro, não se comia com qualquer
pessoa. As refeições em grupo tinham o significado de comunhão, de
compartilhar. Para esses religiosos, ao comer com pecadores e
publicanos, Jesus estaria se igualando a eles.
- As histórias que Jesus contou em Lucas 15:
Jesus
faz uso de 3 diferentes histórias para demonstrar o valor do pecador
aos olhos de Deus e a alegria de Deus, promovendo até mesmo festa
nos céus quando alguém se arrepende.
- Ovelha perdida: nessa parábola, Jesus usa o exemplo da ovelha, um animal doméstico, e de grande importância na economia judaica. Hoje, no Brasil, há tipos de ovelhas que podem custar R$2.000,00 ou até mais do que isso. Assim, Jesus mostra para os hipócritas fariseus o que fariam por causa de um animal, e que se um animal tem tanto valor pra eles, muito mais um ser humano aos olhos de Deus.
- O filho pródigo: essa outra história fala sobre o reencontro de um pai e entre um filho precioso. Se o pai recebe um filho que o abandonou de braços abertas e festeja seu retorno, Deus também faz festa quando um pecador se arrepende.
- Dracma perdida: Porém, queremos nos ater à história da dracma perdida. Jesus faz uso de uma comparação não muito usual nessa história pq coloca como personagem principal uma mulher. Na sociedade judaica daquela época, a mulher não era tida em alta estima.
A
mulher da dracma perdida: era uma mulher pobre. Jesus diz que ela
possuia 10 dracmas. Uma dracma era uma moeda grega, com peso de 3,6
gramas, com o valor semelhante ao do denário, moeda romana. Porém o
denário valia um pouquinho mais, o denário pesava 4 gramas, e
representava o salário por um dia de trabalho. Ou seja, ela teria
perdido o equivalente a um dia de trabalho. Porém, ela perdeu mais
do que isso. Para aquela mulher a dracma teria o valor dobrado
porque o salário de uma mulher nos dias de Jesus era a metade do
salário de um homem.
A
dracma perdida não teria tanto valor aos olhos de outros homens,
como tinha aos olhos das mulheres. Para elas, a dracma tinha valor
dobrado. Representava 2 dias de trabalho.
Ao usar a história de uma
mulher quando está falando sobre a preciosidade que é a alma humana
aos olhos do Deus Todo-Poderoso, Jesus está:
- Reconhecendo o valor da mulher aos olhos de Deus e na sociedade
- Valorizando o que é importante para a mulher: ele fala da perda de uma moeda de prata tão preciosa para aquela mulher, que ela não mede esforços para encontrar. Jesus não viu isso como algo corriqueiro,uma vez que ele fala sobre festejar o encontro da dracma com as amigas, comparando com a alegria que há diante de Deus pelo arrependimento dos pecadores.
- Dando importância ao trabalho da mulher: ele descreve a atividade feminina de limpar a casa, ele diz que ela acende a candeia. Isso nos ajuda a entender também o tipo de casa em que ela vivia. Deveria ser uma casa pequena, talvez um cômodo apenas, com poucas janelas. Ao acender a lamparina, essa mulher está investindo dos seus recursos para recuperar aquela moeda. A lamparina era abastecida com azeite, precioso óleo para as famílias judaicas, que era usado de diversas formas.
Assim que, Deus nos convida
a valorizar o que é realmente importante para ele. Jesus usa nesses
exemplos,
- algo que era valioso para a economia judaica, a ovelha. Ninguém poderia negar o valor da ovelha,
- algo que não era considerado de grande valor por todos: uma dracma. Muitos poderiam questionar se haveria necessidade de tanto trabalho para encontrar uma moeda, e muito mais de festejar o fato de achar essa moeda
- Propósito das 3 parábolas:
Essas
três histórias tem o único propósito de revelar o que é
realmente importante para Deus. De tudo o que fazemos, na nossa vida
pessoal e ministerial, na obra de Deus, só permanecerá, só será
provado e aprovado pelo fogo, o que resultar em salvação de almas,
apenas o que fizermos e promover o estabelecimento da comunhão entre
Deus e o ser humano.
Podemos
gastar nossos esforços, nossa energia, nosso tempo na Obra de Deus;
podemos nos dedicar e trabalhar arduamente para o Senhor... Mas, a
obra que permanece e resulta em festa nos céus, é o obra
missionária, é a obra que leva Cristo ao mundo perdido. Quando
trabalhamos para realizar uma festividade, às vezes, ficamos
atribulados com tanta coisa, queremos que dê tudo certo... Nessas
ocasiões até “o fogo desce”, mas acabada a festividade, acabou
“o fogo”, e restaram apenas as cinzas, que logo se desfarão com
o vento e aquele fogo será esquecido... então, nos perguntamos:
“Será que valeu realmente a pena?”
Se as nossas obras não tiverem resultados eternos, então seremos
reprovados pelo Senhor. As nossas construções, nossos belos
templos, de nada valerão, se não forem usados para promover
salvação do homem perdido...
Vamos, irmãos, valorizar o
que é realmente importante para Deus: o ser humano, vidas que
custaram o precioso sangue de Jesus Cristo.
Vamos valorizar o trabalho
de mulheres anônimas, mulheres que não são reconhecidas no
ministério que excercem, mas cujas vidas são o retrato do próprio
amor de Deus.