terça-feira, 13 de março de 2012

O contato com o Santo purifica o impuro


Mt. 8.1-4
Todos nós já passamos, em algum momento, por situações constrangedoras. Tente lembrar de algum momento em que se sentiu isolado, sozinho, parecia que as pessoas te desprezavam. Então, imagine-se viver num lugar em que as pessoas não podem nem mesmo chegar perto de você, como se você tivesse algo contagioso. Assim era a situação de um leproso nos dias do Antigo Testamento e nos dias de Jesus.
A lepra no Antigo Testamento – Judaísmo – Levítico 13
O termo lepra no Antigo Testamento refere-se a vários tipos de doenças de pele, que eram uma fonte de impureza, sendo que, nem todos os tipos eram contagiosos. Levítico 13 descreve o diagnóstico de 21 tipos de doenças de pele, expressas pelo termo “lepra”. A expressão ainda era usada com outros significados, incluindo o fato de que a lepra poderia afetar roupas e casas, fazendo um referência a parasitas e fungos que poderiam originar outras doenças.
Levítico 13.12,13,20,55: a lepra torna a pessoa impura. O leproso deveria ser afastado da comunidade, vivendo fora do arraial.
Levítico 13.45,46: “Todos os dias em que a lepra estiver nele, será imundo, habitará só, a sua habitação será fora do arraial.”
Mas, antes disso, era feita uma declaração pública de que a pessoa estava com lepra. As suas vestes eram rasgadas, sua cabeça raspada e o próprio leproso tinha que gritar: “Imundo, imundo”. Isso era uma questão de humilhação. Imagine-se sair por ai, gritando: “ Eu estou sujo! Não toquem em mim, se você me tocar, você será contaminado!” Era mais ou menos que o leproso do Antigo Testamento teria que fazer. Jesus disse que o leproso purificado deveria se apresentar ao sacerdote porque a lei dada por Deus a Moisés, vigente naqueles dias, tratava a lepra como algo espiritual, que necessitava purificação. Não era um simples enfermidade física.
Uma vez que o leproso, estava limpo, haviam rituais de purificação que deveriam ser observados como testemunho para ser reintegrado à sociedade. É interessante observar que em muitas sociedades religiosas: islamismo, budismo, hinduísmo e judaísmo, as pessoas querem manter distância de leprosos, com medo de serem contaminados.
Na Índia, por exemplo, todos os dias nos deparamos nas ruas com leprosos que vivem de esmolas. É impressionante o número de leprosos. E a situação de todos é a mesma: vivem marginalizados, vítimas do preconceito e rejeição. Pessoas de qualquer, lhes oferece esmolas, alguns leprosos carregam até latinhas onde as moedas são depositadas para que ninguém os toque.
Jesus trouxe algo novo em relação a leprosos, enfermos e mortos, que nenhuma religião pode oferecer: Ele se aproximou dessas pessoas, Ele as tocou, Ele as curou, Ele lhes deu vida. Enquanto que, no próprio judaísmo, o sacerdote não podia tocar leprosos e mortos, senão, ficariam contaminados, Jesus fez muito mais do que isso. Jesus tocou o leproso, o imundo, o desprezável, o intocável, sem contudo se contaminar. Doenças e impurezas não eram fortes o suficiente para poluir, sujar, manchar, contaminar o Filho de Deus. Jesus trouxe uma nova dimensão, um novo conceito de santidade. Ao invés de ficar contaminado por tais impurezas, seu toque limpava e purificava o impuro.
Ao ver a situação dos leprosos na Índia, essa palavra se tornou mais viva, mais real pra mim. Aquele leproso poderia ser curado com uma única palavra de Jesus, mas Ele preferiu tocá-lo. Jesus fez mais do que restaurar a integridade física daquele homem. Quando Jesus toca o leproso, Ele está tocando sua alma, o seu coração; Jesus está dizendo que ele é aceito, ele é amado, não há preconceito ou lei alguma que o separe do amor de Deus. Aquele é o toque da reintegração, é o toque da aceitação. Ao que se sente rejeitado, Jesus diz, com aquele toque que nEle você é aceito e amado por Deus.
À igreja, fica o desafio de seguir o exemplo de Jesus, de ser um instrumento de Deus para restauração de vidas, amando e aceitando os excluídos da sociedade. Como missionário, esse é o nosso desafio numa terra de tantos preconceitos. Amar pessoas que não fazem a menor diferença para o governo e a sociedade.
Às vezes, nos consideramos melhores do que os outros, por causa da cor da nossa pele, do salário que temos, porque tomamos banho todos os dias... E, por isso, menosprezamos e sentimos nojo dos outros, nos sentimos indignos de tocar ou abraçar essas pessoas. Já pensou no que representou pra Jesus assumir nossos pecados? Diz a Bíblia, que Ele se fez pecado por nós. E Ele, o Santo, o Perfeito, não sentiu nojo nem de mim, nem de você.

Um comentário:

  1. Como sempre Palavras que falam diretamente ao meu coração.
    Que Deus te use cada vez mais...Beijos da sua amiga,Fabrícia.

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