Mt. 8.1-4
Todos nós já
passamos, em algum momento, por situações constrangedoras. Tente
lembrar de algum momento em que se sentiu isolado, sozinho, parecia
que as pessoas te desprezavam. Então, imagine-se viver num lugar em
que as pessoas não podem nem mesmo chegar perto de você, como se
você tivesse algo contagioso. Assim era a situação de um leproso
nos dias do Antigo Testamento e nos dias de Jesus.
A lepra no
Antigo Testamento – Judaísmo – Levítico 13
O termo
lepra no Antigo Testamento refere-se a vários tipos de doenças de
pele, que eram uma fonte de impureza, sendo que, nem todos os tipos
eram contagiosos. Levítico 13 descreve o diagnóstico de 21 tipos
de doenças de pele, expressas pelo termo “lepra”. A expressão
ainda era usada com outros significados, incluindo o fato de que a
lepra poderia afetar roupas e casas, fazendo um referência a
parasitas e fungos que poderiam originar outras doenças.
Levítico
13.12,13,20,55: a lepra torna a pessoa impura. O leproso deveria ser
afastado da comunidade, vivendo fora do arraial.
Levítico
13.45,46: “Todos os dias em que a lepra estiver nele, será imundo,
habitará só, a sua habitação será fora do arraial.”
Mas, antes
disso, era feita uma declaração pública de que a pessoa estava com
lepra. As suas vestes eram rasgadas, sua cabeça raspada e o próprio
leproso tinha que gritar: “Imundo, imundo”. Isso era uma questão
de humilhação. Imagine-se sair por ai, gritando: “ Eu estou sujo!
Não toquem em mim, se você me tocar, você será contaminado!”
Era mais ou menos que o leproso do Antigo Testamento teria que fazer.
Jesus disse que o leproso purificado deveria se apresentar ao
sacerdote porque a lei dada por Deus a Moisés, vigente naqueles
dias, tratava a lepra como algo espiritual, que necessitava
purificação. Não era um simples enfermidade física.
Uma vez que
o leproso, estava limpo, haviam rituais de purificação que deveriam
ser observados como testemunho para ser reintegrado à sociedade. É
interessante observar que em muitas sociedades religiosas: islamismo,
budismo, hinduísmo e judaísmo, as pessoas querem manter distância
de leprosos, com medo de serem contaminados.
Na Índia,
por exemplo, todos os dias nos deparamos nas ruas com leprosos que
vivem de esmolas. É impressionante o número de leprosos. E a
situação de todos é a mesma: vivem marginalizados, vítimas do
preconceito e rejeição. Pessoas de qualquer, lhes oferece esmolas,
alguns leprosos carregam até latinhas onde as moedas são
depositadas para que ninguém os toque.
Jesus trouxe
algo novo em relação a leprosos, enfermos e mortos, que nenhuma
religião pode oferecer: Ele se aproximou dessas pessoas, Ele as
tocou, Ele as curou, Ele lhes deu vida. Enquanto que, no próprio
judaísmo, o sacerdote não podia tocar leprosos e mortos, senão,
ficariam contaminados, Jesus fez muito mais do que isso. Jesus tocou
o leproso, o imundo, o desprezável, o intocável, sem contudo se
contaminar. Doenças e impurezas não eram fortes o suficiente para
poluir, sujar, manchar, contaminar o Filho de Deus. Jesus trouxe uma
nova dimensão, um novo conceito de santidade. Ao invés de ficar
contaminado por tais impurezas, seu toque limpava e purificava o
impuro.
Ao ver a
situação dos leprosos na Índia, essa palavra se tornou mais viva,
mais real pra mim. Aquele leproso poderia ser curado com uma única
palavra de Jesus, mas Ele preferiu tocá-lo. Jesus fez mais do que
restaurar a integridade física daquele homem. Quando Jesus toca o
leproso, Ele está tocando sua alma, o seu coração; Jesus está
dizendo que ele é aceito, ele é amado, não há preconceito ou lei
alguma que o separe do amor de Deus. Aquele é o toque da
reintegração, é o toque da aceitação. Ao que se sente rejeitado,
Jesus diz, com aquele toque que nEle você é aceito e amado por
Deus.
À igreja,
fica o desafio de seguir o exemplo de Jesus, de ser um instrumento de
Deus para restauração de vidas, amando e aceitando os excluídos da
sociedade. Como missionário, esse é o nosso desafio numa terra de
tantos preconceitos. Amar pessoas que não fazem a menor diferença
para o governo e a sociedade.
Às vezes,
nos consideramos melhores do que os outros, por causa da cor da nossa
pele, do salário que temos, porque tomamos banho todos os dias... E,
por isso, menosprezamos e sentimos nojo dos outros, nos sentimos
indignos de tocar ou abraçar essas pessoas. Já pensou no que
representou pra Jesus assumir nossos pecados? Diz a Bíblia, que Ele
se fez pecado por nós. E Ele, o Santo, o Perfeito, não sentiu nojo
nem de mim, nem de você.
Como sempre Palavras que falam diretamente ao meu coração.
ResponderExcluirQue Deus te use cada vez mais...Beijos da sua amiga,Fabrícia.